Gislene
Ao ouvir os
depoimentos sugeridos pelo curso pude viajar pela minha memória passada e
lembrar de momentos únicos e especiais que vivi ao lado de minha avó, hoje
falecida, mas eternamente viva no meu coração e em minhas lembranças. Me
lembro que ela me sentava em seu colo, segurava em minha mão pequenina com um
lápis, muito bem apontado, pois ela era muito caprichosa em tudo que dizia
respeito à mim... e então ficávamos até por horas... ela me ensinando a
escrever, a desenhar as primeiras letras: do meu nome, dos meus pais, dos meus
avós... me lembro como se fosse hoje, eu bem pequenininha sentada em seu colo
com um caderninho lindo, lápis colorido e minha avó cantando as letras para
mim, e para cada letra cantada... uma história contada. Ela me contava muitas
histórias, de sua vida, de quando era pequena, onde morava, sobre seus pais,
aliás, ela havia perdido seus pais muito criança e foi criada pelos irmãos mais
velhos, e eu ali, ouvindo e imaginando os campos onde ela morava, tentava
imaginar como deviam ser seus pais, ela dizia que sua mãe era branquinha e seu
pai negro. Eu olhava para ela e tentava entender a sua cor, os seus traços,
enfim, entender como alguém podia ter tanto carinho e paciência comigo... Hoje
busco usar dessa paciência com meus alunos também quando preciso ensinar-lhes a
colocar no papel um pouco do "eu" deles. E foi assim, no colo de
minha avó que aprendi a escrever... e agora ao escrever essa história me
emociono de saudade e gratidão por alguém tão importante em minha vida!
Bárbara
Falar sobre minhas
experiências mais antigas para mim é muito fácil, pois me lembro muito da minha
infância. Lembro-me de ler Katchup (li catichupi) numa embalagem num
supermercado. Minha mãe ficou toda contente e eu já começava ficar confusa com
palavras estrangeiras. Assim como Gabriel O Pensador eu não gostava de
fazer redações de tema livre e, sinceramente, até hoje eu fico perdida,
sem saber por onde começar e o que falar. Identifiquei-me mesmo na escrita
com a ciência, pois transcrever em forma de resumo ou explicar com minhas
palavras algum fenômeno me libertou da obrigação de ser criativa. Acho que era
insegurança por achar que o que eu pensava não era muito importante. Criar
um texto explicativo sobre o assunto que quero ensinar para mim é muito
fácil. Mas saber escrever, usar a gramática e a ortografia de forma
correta, é um processo que demora muito. Acho que fui aprender mesmo com uma
professora muito brava que eu tinha num curso de secretariado. Ela lia os
erros em voz alta para a turma. Bem traumático, não é? Mas a expressão
"até um chute te empurra pra frente" explica o que tirei desta experiência.
Pelo menos ela me ensinou como não agir com um aluno.
Bernadetti
Não
tive muito contato com os livros até a 5ª série, pois estudava em uma escola no
sítio e não havia biblioteca e a professora não levava livros para lermos.
Mas quando passei para a 5ª série e fui estudar em uma escola maior, na
cidade, comecei a ler e gostei muito do mundo da leitura. Um dos primeiros
livros que li foi "A Ilha Perdida" gostei muito e não parei mais de ler.
Gláucia
Confesso que ouvir
outros depoimentos, me fez até chorar, pois as pessoas que me despertaram o
gosto pela leitura e escrita todas ou quase todas já se foram da minha vida. A
paixão pela leitura começa dentro de casa, meu pai lia muito, fazia parte de
clube do livro e sempre me contava algumas histórias, ora familiar, ora dos
livros que lia, minha avó (analfabeta) me contava muitas histórias, de sua
família, de sua vida, formando minha base de cultura e ensinamentos, e sem
perceber formando meu caráter, meu avô que aprendeu a ler e escrever sozinho,
sempre me dava livros de presente, alguns ainda guardados em casa de minha mãe,
e ainda tem a professora de Português (dona Cida ) que incentivava a escrever redação,
quantas lembranças. Sem saber essas pessoas foram fundamentais para que eu
despertasse o gosto pela leitura e escrita. Penso que falta isso aos jovens
atuais.
Mariana
Não me lembro ao certo
quando iniciei este grande interesse pela leitura, mas me lembro muito bem de
minha mãe ler histórias para mim e para minha irmã todos os dias, além de
sempre nos comprar livros. Na minha casa havia um corredor na qual uma das
paredes era coberta por uma estante cheinha de livros e eu e minha irmã adorávamos
aquele espaço da casa. Depois disso meu interesse em livros só aumentou,
passando por revistas da turma da Mônica, e livros dos mais variados gêneros
que me faziam e fazem (porém agora, infelizmente, mais raramente) mergulhar em
um mundo, ora romântico, ora fantástico e as vezes até assustador. Estas
experiências me ajudaram e ajudam muito na hora de elaborar textos, criar
pequenos parágrafos sejam eles explicativos ou não e até no processo de mediar
uma discussão ou desencadear o desenvolvimento de um raciocínio perante uma boa
argumentação. Carga que utilizo em sala de aula!