quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Depoimento dos autores a respeito da leitura



Gislene

Ao ouvir os depoimentos sugeridos pelo curso pude viajar pela minha memória passada e lembrar de momentos únicos e especiais que vivi ao lado de minha avó, hoje falecida, mas eternamente viva no meu coração e em minhas lembranças. Me  lembro que ela me sentava em seu colo, segurava em minha mão pequenina com um lápis, muito bem apontado, pois ela era muito caprichosa em tudo que dizia respeito à mim... e então ficávamos até por horas... ela me ensinando a escrever, a desenhar as primeiras letras: do meu nome, dos meus pais, dos meus avós... me lembro como se fosse hoje, eu bem pequenininha sentada em seu colo com um caderninho lindo, lápis colorido e minha avó cantando as letras para mim, e para cada letra cantada... uma história contada. Ela me contava muitas histórias, de sua vida, de quando era pequena, onde morava, sobre seus pais, aliás, ela havia perdido seus pais muito criança e foi criada pelos irmãos mais velhos, e eu ali, ouvindo e imaginando os campos onde ela morava, tentava imaginar como deviam ser seus pais, ela dizia que sua mãe era branquinha e seu pai negro. Eu olhava para ela e tentava entender a sua cor, os seus traços, enfim, entender como alguém podia ter tanto carinho e paciência comigo... Hoje busco usar dessa paciência com meus alunos também quando preciso ensinar-lhes a colocar no papel um pouco do "eu" deles. E foi assim, no colo de minha avó que aprendi a escrever... e agora ao escrever essa história me emociono de saudade e gratidão por alguém tão importante em minha vida!


Bárbara

Falar sobre minhas experiências mais antigas para mim é muito fácil, pois me lembro muito da minha infância. Lembro-me de ler Katchup (li catichupi) numa embalagem num supermercado. Minha mãe ficou toda contente e eu já começava ficar confusa com palavras estrangeiras. Assim como Gabriel O Pensador eu não gostava de fazer redações de tema livre e, sinceramente, até hoje eu fico perdida, sem saber por onde começar e o que falar. Identifiquei-me mesmo na escrita com a ciência, pois transcrever em forma de resumo ou explicar com minhas palavras algum fenômeno me libertou da obrigação de ser criativa. Acho que era insegurança por achar que o que eu pensava não era muito importante. Criar um texto explicativo sobre o assunto que quero ensinar para mim é muito fácil. Mas saber escrever, usar a gramática e a ortografia de forma correta, é um processo que demora muito. Acho que fui aprender mesmo com uma professora muito brava que eu tinha num curso de secretariado. Ela lia os erros em voz alta para a turma. Bem traumático, não é? Mas a expressão "até um chute te empurra pra frente" explica o que tirei desta experiência. Pelo menos ela me ensinou como não agir com um aluno.


Bernadetti

Não tive muito contato com os livros até a 5ª série, pois estudava em uma escola no sítio e não havia biblioteca e a professora não levava livros para lermos. Mas quando passei para a 5ª série e fui estudar em uma escola maior, na cidade, comecei a ler e gostei muito do mundo da leitura. Um dos primeiros livros que li foi "A Ilha Perdida" gostei muito e não parei  mais de ler.


Gláucia

Confesso que ouvir outros depoimentos, me fez até chorar, pois as pessoas que me despertaram o gosto pela leitura e escrita todas ou quase todas já se foram da minha vida. A paixão pela leitura começa dentro de casa, meu pai lia muito, fazia parte de clube do livro e sempre me contava algumas histórias, ora familiar, ora dos livros que lia, minha avó (analfabeta) me contava muitas histórias, de sua família, de sua vida, formando minha base de cultura e ensinamentos, e sem perceber formando meu caráter, meu avô que aprendeu a ler e escrever sozinho, sempre me dava livros de presente, alguns ainda guardados em casa de minha mãe, e ainda tem a professora de Português (dona Cida ) que incentivava a escrever redação, quantas lembranças. Sem saber essas pessoas foram fundamentais para que eu despertasse o gosto pela leitura e escrita. Penso que falta isso aos jovens atuais.    


Mariana

Não me lembro ao certo quando iniciei este grande interesse pela leitura, mas me lembro muito bem de minha mãe ler histórias para mim e para minha irmã todos os dias, além de sempre nos comprar livros. Na minha casa havia um corredor na qual uma das paredes era coberta por uma estante cheinha de livros e eu e minha irmã adorávamos aquele espaço da casa. Depois disso meu interesse em livros só aumentou, passando por revistas da turma da Mônica, e livros dos mais variados gêneros que me faziam e fazem (porém agora, infelizmente, mais raramente) mergulhar em um mundo, ora romântico, ora fantástico e as vezes até assustador. Estas experiências me ajudaram e ajudam muito na hora de elaborar textos, criar pequenos parágrafos sejam eles explicativos ou não e até no processo de mediar uma discussão ou desencadear o desenvolvimento de um raciocínio perante uma boa argumentação. Carga que utilizo em sala de aula!

Um comentário:

  1. Cada pessoa tem sua história... a leitura e a escrita, sem dúvida nenhuma, são processos que uma vez incorporados à nossa vida, nos acompanham eternamente. E cada um recebeu a influência de "alguém" importante que o ajudou. Viajar pelo mundo dos livros, das histórias, sejam elas contadas ou lidas, nos faz conhecer melhor esse mundo.

    ResponderExcluir